quinta-feira, 26 de maio de 2011

E por falar de poesia...


Segunda-feira saí com minhas filhas Isabelle e Marcella.Fomos acompanhar a caçula Marcella a um exame médico e de nossa saída com este fim, transformamos depois em alegre encontro em uma agradável padaria...numa das conversas as meninas comentaram que achavam bonito eu escrever no mural do Facebook palavras poéticas, encorajadoras, etc. NO entanto, questionaram se sempre eu fora assim, pois no estágio em que elas estão, ou seja vida profissional e emocional mais ativa, fica difícil ativar a veia poética em nossa alma...
Isso me fez refletir quando voltei para casa...fiz um "flash-back" no cérebro e visualizei a Margaret menina e já muito poética e sentimental, fazia versinhos na escola, em casa, fazia acrósticos para mim e meus amigos..pura alegria e diversão...era fácil! Um mundo cor-de-rosa se descortinava a minha frente...o futuro seria muito bom , com certeza! O amor estava apenas se desenhando em meu coração sonhador, meio bobo, talvez...mas era fácil ser poeta e acordar fazendo versos assim...
De repente, surge a Margaret já moça, namorando, noiva, feliz, bonita, saudável...e super romântica...os versos jorravam de minhas veias sem quaisquer dificuldades...meus poros transpiravam o sabor da poesia, a alegria do amor, a esperança dos que se entregam sem reservas à vida e à paixão...
Porém, num passe de mágica aparece em cena a Margaret mãe, grávida...e toda a poesia estava encerrada naquele ventre entumescido, com uma filha linda que iria ser seu primeiro poema maternal, não era necessário palavras...depois..mais poesia dessa forma, e surge o segundo filho, inesperado, mas muito muito amado...pra quê palavras? Então, a vida lhe oferece um terceiro poema, esperado, amado.. o terceiro poema em forma de filha..linda, esperta, inteligente...onde buscar versos? Parecia, então, que esta fase já estava encerrada, quando...Deus lhe prepara mais um lindo poema ...menina-poesia, menina-verso...a caçulinha!
Todavia, ia me esquecendo que durante a vida de casada e na criação dos poemas vivos, minha vida amorosa estava sendo devastada como o tornado que devora tudo a seu redor...abandono,tristeza, decepção..mas ainda havia amor e esperança em meu coração sofrido, eu insistia...só que não havia mais lugar para a poesia, para o texto...dado o contexto, meu trabalho com afinco era o poema que eu tecia com amor e dedicação, pois dele dependia a manutenção dos poemas-vivos que Deus me confiara...
Ia para a escola , muitas vezes, as lágrimas eram versos vivos de um coração que amadurecia para a vida em si...mas ao chegar à sala de aula, me enternecia e me fortalecia vendo aqueles poeminhas vivos a serem trabalhados pela educação...então...secava as lágrimas e um sorriso se abria, como sol após a tempestade...me esquecia de tudo...e quantos versos surgiram durante aulas e ao longo da vida profissional.
Agora...o flash-back termina e eu vejo a Margaret aposentada, avó (tenho então mais três poemas...) e entendo porque hoje posso extravasar mais minha alma de poeta...é que o tempo pode, assim colaborar mais, além do que...olhando toda esta caminhada ela e eu (Margaret poeta e eu) podemos colher frutos inspiradores ...podemos ter um bando de amigos queridos, filhos e netos maravilhosos, e a volta de um amor que se acreditava ter-se diluído ao sabor do tempo! Por isso tudo, é que eu canto o hino do Louvor, do Bem-dizer...e que a poesia retornou tanto em forma de palavras , como em forma humana...como sempre o foi...