Dizem que temos tantas máscaras que nem podemos imaginar, por mais sinceros e transparentes que sejamos...um dia criamos uma para esconder nossa raiva.. em outro aparece uma para encobrir uma tristeza súbita...e por aí vão...máscaras que mascaram nossas dúvidas, nossos medos, nossa solidão...nosso orgulho!
Olho-me no espelho próprio de se olhar a alma ( sim, existe este espelho...) e me vejo agora meio desnuda de máscara, abaixo-me para ver se acho alguma para esconder esta angústia e tristeza que estou sentindo e nada...nenhuma! Hoje é dia de ficar sem máscara para melhor refletir em fatos e sentimentos que permeiam minha vida, vida esta que tanto amo e prezo!
Não é fácil ficar assim...passo a mão em meu rosto e minha expressão desolada fica desenhada em meu tato...por que , meu Deus , por que sinto-me assim tão desvalida, tão sem vontade, tão sem nada... onde ficou a máscara da feliz, a máscara da amada, a máscara da poderosa? Em que gaveta se esconderam? Nos porões de meu inconsciente? Ah! as surpresas da alma...sempre a nos espreitarem...curiosas, só para verem o quanto aguentamos sem o apoio das diversas máscaras fabricadas para cada situação...
Sem máscara eu posso até chorar melhor, sem medo de estragá-la com minhas lágrimas escondidas, furtivas...mas o riso..ficou gravado na sua superfície escorregadia, fria...quero o meu riso de volta...quero a minha esperança também...onde ficou a crença no amor? Em qual máscara está a confiança em ser de fato amada? Um factóide talvez...
Neste baile da vida, dançar sem nenhuma máscara, é dolorido demais... corre-se o risco de tomar "chá -de-cadeira" como nos antigamentes....ou cair no meio do salão, no rodopio maluco de uma valsa melancólica.....
No entanto, é preciso este momento dolorido em que arrancamos as máscaras e esquecemo-nos dos lugares onde guardamos...depois um Anjo muito luminoso, enviado por Jesus vem...e nos ajuda a achá-las e depois nos reensina a sublime técnica de se colocar máscaras sem perdermos nossa personalidade!
