Não sei explicar o que sinto, nem sei porque estou escrevendo agora...me deu uma solidão subita, quem sabe porque acordei com uma gripe lulesca, chata mesmo, ate o ouvido está zunindo...então presumo que a mente também está gripada, entupida e meio febril...Epa!!! misturou tudo agora, eu não sei mais se estou mesmo gripada..ou me sentindo meio abandonada!!!
Minha vida sempre foi assim...um carrossel de emoções..às vezes, me sinto muito amada, admirada...protegida mesmo... por outro lado, muitas vezes sinto-me perdida num sótão escuro e úmido, sem ninguém a não ser eu mesma...e de repente, eu nao estou mais me bastando a mim própria...escorrego numa escada íngreme e caio inerte e triste procurando as pessoas que amo...tento levantar, mas o peso da saudade e da vontade de ser amada me seguram..
O sótão tem umas paredes tristes , sem cor, sem fotos, eu tateio essas paredes e me levanto meio zonza ainda...e choro...porque não tenho ninguém para abraçar, para beijar, lá nem o telefone toca, nem tem interfone...a solidão desse jeito é muito triste, pesa demais, não gosto disso...
Creio que Freud, grande psicanalista, e estudioso dos labirintos da mente, poderia decifrar por que estou me sentindo assim, agora...desarvoradamente só..eu que sempre me basto..eu que busco na imensidão do Altíssimo o verdadeiro complemento de mim mesma...estarei frágil por causa da gripe, ou sentimentos reclusos não pedem licença quando querem aflorar? Não sei... nao sei...so sei que estou ainda sentindo frio e tremendo dentro deste compartimento que me permite ser só...que me conduz a uma reflexão sobre meus verdadeiros sentimentos...ah!!! vida..vida marota, vida matreira, que muitas vezes parece uma raposa..e prega peças em nossa alma que estava tão quietinha e acomodada!!!
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